domingo, 17 de novembro de 2013

O uso das tecnologias na educação

Renata Beduschi de Souza

É importante que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores
No contexto escolar atual, é impensável fazermos algumas tarefas sem a ajuda de um computador. Pilhas de cadernos, agendas e planilhas de papel foram substituídas por arquivos no computador, que facilitam o fechamento de notas, o controle de presenças, a emissão do histórico dos alunos, etc. Provas são ricamente elaboradas com o uso de softwares, internet e editores de texto. Chega um momento, porém, em que a presença de alguns recursos tecnológicos deve deixar de ser imprescindível apenas no espaço administrativo e ocupar seu lugar onde será mais útil e mais ricamente aproveitada: a sala de aula.

Os recursos tecnológicos na escola
É evidente a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou seja, aulas expositivas nas quais são utilizados apenas o quadro-negro e o giz. O aprender por aprender já não existe: hoje, os alunos precisam saber para que e por que precisam saber determinado assunto. Essa é a típica aprendizagem utilitária, isto é, só aprendo se for útil, necessário para entrar no mercado de trabalho, visando ao retorno financeiro. A internet invade nossos lares com todas as suas cores, seus movimentos e sua velocidade, fazendo o impossível tornar-se palpável, como navegar pelo corpo humano e visualizar a Terra do espaço sem sair do lugar. É difícil, portanto, prender a atenção do aluno em aulas feitas do conjunto lousa + professor.
Então, por que fazer o mesmo quando se pode fazer diferente? Uma vez que os alunos gostam tanto de aulas que utilizam a tecnologia, por que não aproveitar essa oportunidade e usá-la a seu favor? A aula pode entusiasmar os alunos de maneira ao menos parecida com que são excitados pelos jogos e filmes de alta qualidade em efeitos especiais. A escola precisa modernizar-se a fim de acompanhar o ritmo da sociedade e não se tornar uma instituição fora de moda, ultrapassada e desinteressante. Embora lentamente, ela está fazendo isso. Saber que o aluno aprende com o que lhe prende a atenção todos sabem. A questão é: estão os professores, as escolas e os sistemas de ensino preparados para tal mudança?
Aulas modernizadas pelo uso de recursos tecnológicos têm vida longa e podem ser adaptadas para vários tipos de alunos, para diferentes faixas etárias e diversos níveis de aprendizado. O trabalho acaba tendo um retorno muito mais eficaz. É importante, no entanto, que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores.
Existe uma infinidade de programas disponíveis para montagem de exibições de slides, de atividades interativas e jogos; porém, alguns professores não sabem como utilizá-los. Utilizar o computador em sala de aula é o menor dos desafios do professor: utilizar o computador de forma a tornar a aula mais envolvente, interativa, criativa e inteligente é que parece realmente preocupante. O simples fato de transferir a tarefa do quadro-negro para o computador não muda uma aula. É fundamental que a metodologia utilizada seja pensada em conjunto com os recursos tecnológicos que a modernidade oferece. O filme, a lousa interativa, o computador, etc., perdem a validade se não se mantiver o objetivo principal: a aprendizagem.

O que vem sendo feito e o que é possível melhorar
Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor. Ideias abstratas tornam-se passíveis de visualização; o microscópico torna-se grande; o passado torna-se presente, facilitando o aprendizado e transformando o conteúdo em objeto de curiosidade e interesse. O essencial é que as aulas obedeçam a uma cadeia de ideias que deixe o aluno orientado em relação ao que está aprendendo. Cada aula não é uma aula, e sim uma aula que veio antes de uma aula e depois de outra. O aprendizado deve ser interligado.
Em língua portuguesa, por exemplo, podem ser trabalhados textos utilizando apenas um computador e um programa Word. A professora pode incluir comentários nos textos dos alunos sem alterá-los e depois pedir que revisem. Outra atividade interessante é pedir aos alunos que pesquisem na internet um texto narrativo e solicitar que mudem o gênero textual para poesia ou teatro (Magalhães e Amorim, 2008). A internet é uma fonte riquíssima e excelente aliada do professor de português. Podem ser realizadas produções de textos baseadas em histórias em quadrinhos disponíveis na rede (www.turmadamonica.com.br). Sites de notícias podem ser visitados para analisar, por exemplo, como determinado país divulgou um acontecimento de âmbito mundial.
Nessa seqüência, pode-se trabalhar o texto jornalístico, e os próprios alunos montam um jornal da escola utilizando programas no computador. Gráficos e tabelas no Excell podem ser elaborados com o auxílio do professor de matemática; artigos sobre o meio ambiente e alguma questão que envolva a comunidade local podem ser criados com o apoio dos professores de ciências e geografia. O mesmo jornal pode ser trabalhado no formato de telejornal, e os alunos poderão fazer gravações com câmeras digitais. As videoconferências, realizadas através de programas como o Skype, por exemplo, são particularmente úteis para o professor de língua estrangeira, que poderá acordar com professores de outros países que ensinam a língua em questão, em séries equivalentes, para que os alunos possam conversar on-line.
Febre entre a garotada, e agora ferramenta para a sala de aula, são os sites de relacionamento e os blogs. Com atividades dirigidas e objetivos claramente estabelecidos, é possível levar para a escola oportunidades reais de uso da língua estrangeira ou mesmo da língua materna. Não podemos esquecer os sites de atividades interativas, especialmente os jogos on-line. Atividades como bingo, anagramas, caça-palavras, palavras cruzadas e forca são alguns exemplos de exercícios interativos.
A internet tem papel fundamental no ensino de língua inglesa. É a fonte natural da língua, mais acessível para alunos de qualquer contexto social. Desde formulários para diversas finalidades até a inscrição em muitos sites de relacionamento terão de ser preenchidos em inglês. Isso já representa uma necessidade de aprender uma língua estrangeira, uma vez que muitos querem uma razão para isso. Vídeos no Youtube, músicas e vários outros recursos são mais alguns exemplos de que não é necessário viajar para o exterior para ter contato com falantes nativos de inglês.

As possibilidades
Diante de tantas possibilidades, convém saber que existem estudiosos que já pensaram a respeito e que escrevem ricamente sobre o assunto, dando ao professor subsídios para o planejamento de aulas com um pouco mais de segurança e bastante criatividade. No livro Cem aulas sem tédio, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim (2003) defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para nossas aulas. Enfatizam ainda que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem. O uso da internet em sala de aula fornece subsídios para um ensino mais centrado no aluno e em suas iniciativas (Leventhal, Zajdenwerg e Silvério, 2007). Além de abrir perspectivas durante as aulas, revela-se como uma útil ferramenta na área de pesquisa para projetos, desenvolvimento de leitores e acesso à informação.
Outro aspecto interessante é que, em sua maioria, o material disponível na internet, ou mesmo filmes e documentários, não respeitam uma sequência linear de aprendizado. Assim, levando-se em consideração o conhecimento prévio do aluno, é possível proporcionar um envolvimento completo, uma interação ampla com o mundo que o cerca. Ele precisa ser desafiado para que possa aprender efetivamente, conforme o conceito elaborado por Vygotsky (1984) acerca da zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Ela se refere à distância ente o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
O papel do professor, segundo essa teoria, é o de mediador, auxiliando o aluno a alcançar seu potencial máximo, aproveitando todos os benefícios educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer. O vídeo, por exemplo, é um grande aliado da ação pedagógica, já que está diretamente ligado ao conceito de lazer. Desse modo, o professor traz para a sala de aula um elemento da realidade do aluno, fugindo da linguagem tradicional da escola, que é normalmente o padrão escrito.
Um papel que precisa ser reavaliado é o da televisão em sala de aula. Há um grande número de programas a serem analisados a fim de introduzir um conteúdo, aprofundá-lo ou ilustrá-lo, como novelas, desenhos, noticiários, documentários, clipes, programas de auditório, entre outros. Segundo Moran, "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão" (2006).
Independentemente do recurso tecnológico em questão, o professor é o sujeito capaz de mediar o aprendizado e torná-lo mais atrativo, divertido e interessante para os alunos. Os recursos tecnológicos, bem mais do que aguçar a curiosidade do aluno em relação ao que está sendo ensinado, ajudam a prepará-lo para um mundo em que se espera que ele conheça, além dos conteúdos escolares, todos os recursos por meio dos quais esses conteúdos foram trabalhados.
O aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola: "A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989 possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial nº 549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação - PRONINFE, com o objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos" (História da informática educativa no Brasil, site do MEC/SEED/PROINFO, nome do autor não indicado). Assim, a escola cumpre duplamente seu papel: ensina e educa, educando para um mundo no qual a tecnologia é não só necessária, mas também essencial.

Uso das novas tecnologias em sala de aula

Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula ainda é pouco frequente e um desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não considera essas tecnologias, e se restringe ao teórico, ou seja, o professor precisa buscar esse conhecimento em outros espaços. Isso nem sempre funciona, pois frequentar cursos de poucas horas nem sempre garante ao professor segurança e domínio dessas tecnologias.
Embora alguns ainda se sintam inseguros e despreparados, muitos educadores já perceberam o potencial dessas ferramentas e procuram levar novidades para a sala de aula, seja com uma atividade prática no computador, com videogame, tablets e até mesmo com o celular.
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais ativo e participativo. O ideal seria testar as novas tecnologias e identificar quais se enquadram na realidade da escola e dos alunos. Uma das dificuldades é a falta de infraestrutura de algumas escolas e a falta de formação de qualidade para os professores quanto ao uso dessas novas tecnologias.
A tecnologia também auxilia o professor na busca por conteúdos a serem trabalhados. O Google, por exemplo, criou um espaço próprio para a educação, o Google Play for Education – que será lançado no segundo semestre, sendo a versão em português ainda sem data de lançamento. A finalidade é auxiliar professores que buscam atividades educacionais com tecnologia. O programa faz uma peneira por disciplina e série para sugerir aplicativos educacionais específicos para tablets. O professor pode, por exemplo, criar um grupo da sala em que todos os alunos poderão acessar o aplicativo, facilitando a participação.

Hoje, com todos os avanços, existe a necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de tornar as aulas mais atraentes, participativas e eficientes. A ideia não é abandonar o quadro negro, mas usar das novas tecnologias em sala de aula.


Silvania Simões
http://sitededicas.ne10.uol.com.br

Tecnologia na Educação: os alunos que ensinam os professores no CIEP Adão Pereira Nunes, no Rio de Janeiro

/art_tecnologia_ed.htm


Tecnologia e escola: uma questão de virtude


Sem floreios filosóficos ou teológicos, resumo virtude como uma questão de bom-senso adotada pelo homem em relação às suas atitudes, com o objetivo de alcançar uma vida mais saudável. Por exemplo: não ser medroso ao ponto de não encarar qualquer novo desafio, mas também não ser temerário, imprudente, em relação a uma situação concreta de perigo; ou seja, adotar uma postura racional capaz de analisar a situação na qual está inserido e buscar uma resolução inteligente que lhe cause menos problemas.

Para ainda falar de virtude, podemos pensar em educação aliada às novas tecnologias. Um dilema para grande parte das escolas: até que ponto, qual o limite, para adotar ferramentas tecnológicas no aprendizado? Substituir o quadro-negro por lousas interativas? Cadernos por tablets? Livros em papel por formatos digitais? Atividades em sala por tarefas online? Afinal, quais seriam as medidas virtuosas para que educadores e alunos saiam ganhando com a revolução tecnológica? Não substituir por completo uma coisa pela outra, mas conseguir aliar as vantagens de cada ferramenta de acordo com os objetivos estabelecidos a partir das estratégias em sala de aula.
Independente de quais ferramentas utilizar em sala de aula é essencial compreender que a revolução tecnológica vem transformando o modo de pensar, de lidar com a informação e, acima de tudo, a comunicação entre as pessoas. Ter consciência da distinção de compreensão do espaço e da informação entre uma geração que precisou migrar e aprender a utilizar uma série de novas ferramentas comunicacionais, enquanto outra nasceu imersa neste mundo de conteúdo rápido e fragmentado
Henry Jenkins, professor e pesquisador do MIT (Massachusetts Institute of Technology), defende que as crianças atuais vivem numa realidade em que precisarão, cada vez mais, principalmente na vida adulta, buscar o conhecimento e resolver problemas a partir da busca de informação no outro. Ou seja, procurar ajuda na tessitura do conhecimento por meio da troca de informação com o próximo, potencializando assim os saberes de cada um, formando então a chamada inteligência coletiva ou colaborativa. Porém, Jenkins afirma que a maioria das escolas ainda caminha na contramão, pois não está ensinando o que significa viver imerso numa comunidade de conhecimento compartilhado, mas apenas gerando aprendizes unilaterais. Prova disso é observado pelo fato de grande parte das escolas ainda considerar como “cola” a busca de informação com outras pessoas.
Por fim, Jenkins apresenta quatro capacidades que as escolas precisam despertar nos alunos na busca pela tessitura do saber, na atual sociedade da informação. Para cada uma delas, o autor também cita um exemplo de como foram utilizadas pela indústria do entretenimento:
1ª Unir o conhecimento de um aluno ao de outros, numa empreitada coletiva (como os fãs da série Lost, que precisavam desvendar problemas e enigmas);
2ª Compartilhar e comparar sistemas de valores por meio de avaliação de dramas éticos (como ocorre na fofoca em torno dos reality shows);
3ª Formar conexões entre pedaços espalhados de informação (como ocorre em enigmas apresentados por filmes, como a trilogia de Matrix);
4ª Expressar interpretações e sentimentos em relação a ficções populares por meio de sua própria cultura tradicional (como ocorre no cinema, com fãs de Harry Potter).

Portanto, a questão do uso das novas ferramentas tecnológicas na escola não é respondida com “aderir” ou “não aderir”, mas conseguir visualizar as mudanças sociais que a revolução tecnológica tem provocado e estar preparado de maneira crítica e reflexiva para o modo como adotar e fazer uso das inúmeras possibilidades. Dá trabalho. Muito trabalho. Porém, um cuidado necessário para que as instituições de ensino não se tornem futuros depósitos de sucata digital, reflexo de uma época em que, erroneamente, acreditaram que a revolução na educação estava nas inúmeras traquitanas tecnológicas

Escola tecnologia educacional

Escola e Tecnologia Educacional
Se bem usada, a tecnologia pode ser uma excelente aliada para o didatismo e o autodidatismo. Se mal usada, uma excelente ferramenta para o comodismo e cretinismo.
Criança na escola
Um bom docente, tem no seu ânimo, fonte de motivação para todos...
Nos dias de hoje faz-se necessário iniciar uma nova perspectiva na escola, no sentido de romper com a lineiralidade de aprendizagem, utilizando ferramentas que se tornaram imprescindíveis à Educação tais como o uso da televisão, do vídeo, do DVD, do telefone, do rádio, do computador e Internet, entre outros.

Um dos objetivos da Informática na Educação é o de conhecer as possibilidades de uso da informática. "Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela familiarização do professor com ele (com os alunos, que nessa questão, o mais das vezes, tomam conta de si mesmos).

Para o professor se familiarizar com o computador, ele precisa usa-lo nas mais variadas atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala de aula. Quando os professores tiverem com o computador a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de ação e a música do rock." (CHAVES).
Nenhuma sociedade está indiferente à entrada das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no cotidiano de seus cidadãos. Percebe-se que o volume progressivo de informações gerado por essas tecnologias traz transformações substanciais ao processo de aquisição do conhecimento pelo indivíduo. Mesmo frente a dificuldades políticas e econômicas, às projeções governamentais encontram-se otimistas no que diz respeito à implantação de laboratórios de informática nas escolas públicas, através de seus programas oficiais. Diante de tal perspectiva, há urgência em preparar a escola para a integração da Informática ao processo educacional.

De acordo com Morán (2003), a teoria na educação é muito avançada, mas a prática está muito distante. No entanto, quando sensibilizado a trabalhar com a informática, o educador percebe-se um agente transformador da ação pedagógica e esta descoberta reflete-se rapidamente na elaboração de seu material didático e no planejamento de suas aulas. Este é o primeiro passo na direção do professor "abraçar" a informática na escola. Os autores Bruner, Dewey, Freire, Piaget, Skinner, Vigotsky, entre outros, oferecem as bases em que a interação da informática com a educação pode ser trabalhada, sendo modificada de acordo com a turma, com a metodologia adequada ao tema que será desenvolvido e com o Projeto Político Pedagógico da escola.

É necessário, ao implantar a informática educativa nas escolas dispor de um currículo flexível, multicultural, que relacione seus conteúdos, objetivos e estratégias às questões culturais e tecnológicas, de acordo com as necessidades que surgem ao longo da execução das atividades.

As aulas de informática podem propiciar aos alunos a oportunidade de aprender dentro do seu próprio ritmo, permitindo ao aluno trabalhar individualmente, em dupla ou em grupo. O professor deve fornecer as informações e/ou orientações preliminares acerca da atividade que será desenvolvida. Deve utilizar a interdisciplinaridade. Esta ocorre quando diversas disciplinas estabelecem reciprocidade e igualdade para a solução de um problema. É fundamentada na certeza de que a troca enriquece. Ao tentar solucionar uma determinada situação, o aluno vai colocar em ação os elementos teóricos de que dispõe sem se limitar, necessariamente, a um único campo do conhecimento, reorganizando-os de maneira a perceber uma solução ou uma nova necessidade. Por exemplo, os alunos que desenvolvem atividades no computador necessitam conciliar, pelo menos, alguns conhecimentos básicos de informática com outros específicos do tema em que estão trabalhando.

Alguns pressupostos teóricos acerca das pesquisas e projetos escolares mediadas pelo computador: A palavra pesquisa tem sua origem no latim: perquiro que quer dizer "procurar, buscar com cuidado; procurar por toda a parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca (BAGNO, 1998).

Segundo Canen e Andrade, (2005), a pesquisa envolveria um problema real, levado ao nível acadêmico para que seu foco seja investigado rigorosamente, através de critérios e métodos críticos, a fim de que os seus resultados possam ser sistematizados e divulgados, segundo teorias reconhecidas e atuais.

De acordo com Almeida (2000), a pesquisa (escolar) deve ser elaborada de maneira a promover a autonomia do aluno, tornando-o capaz de:
  • Desenvolver o espírito crítico na seleção das informações pertinentes ao tema;
  • Refletir sobre os resultados obtidos;
  • Compreender os conceitos envolvidos, levantando e testando hipóteses.


Uma das maiores vantagens em desenvolver uma pesquisa no computador é a economia de tempo. Por meio de uma enciclopédia eletrônica ou da Internet, é possível obter, em poucos segundos, a mesma informação contida em qualquer outro meio. No entanto, "pesquisar" não é "copiar". Um texto transcrito da Internet para um editor de texto, anexado a uma capa de trabalho, jamais pode ser considerado uma pesquisa escolar. Isso é freqüentemente praticado pelos alunos, mas faz perder todo o sentido, o objetivo metodológico da aprendizagem.

O professor deve evitar cópias, falando aos alunos que elas não trazem nenhum benefício e conscientizar-se acerca da necessidade de problematizar os temas de pesquisa.

É fundamental que o professor forneça um roteiro de pesquisa, apresentado em tópicos ou perguntas. Também é recomendável, incluir sugestões de sites.

A pesquisa escolar pode ser individual ou coletiva, e pode ser interdisciplinar, no caso de reunir mais de uma disciplina. Os alunos podem gravar os endereços dos sites, os artigos e as imagens que selecionarem, assim como podem editar anotações no processador de texto. O professor atua como orientador, auxiliando os alunos pesquisadores a:
  • Estabelecer critérios de busca;
  • Definir prazos (para o planejamento e execução das pesquisas);
  • Fazer uma seleção e classificação das informações;
  • Organizar os resultados (através da realização de síntese);
  • Elaborar uma apresentação dos resultados obtidos (alcançados) através da pesquisa realizada.
O professor deve propor aos alunos uma situação-problema, ao invés de uma simples apresentação do tema da pesquisa, como por exemplo, no lugar de lançar o tema "água", o professor pode elaborar uma questão ou problema: "Por que a água é importante para a vida do ser humano?". Esse tipo de questão, leva o aluno a selecionar as informações colhidas, de maneira a responde-la e não apenas copiar o material da Internet.

De acordo com Almeida e Fonseca Júnior (2000) na construção de um projeto devem ser planejadas as seguintes etapas:
  • Identificação de um problema;
  • Levantamento de hipóteses, solução e prováveis respostas;
  • Mapeamento do aporte científico (recursos materiais ou tecnológicos necessários);
  • Seleção de parceiros;
  • Definição de um produto (seria um site na Internet? Um trabalho impresso? Um CD-ROM?);
  • Documentação e registro (um registro diário com anotações dos endereços consultados, livros, visitas, entre outros);
  • Método de acompanhamento e avaliação;
  • Publicação e divulgação (apresentar e divulgar os trabalhos na própria escola e fora dela, em simpósios, congressos, encontros, etc.
  • http://sitededicas.ne10.uol.com.br/art_tecnologia_ed.htm
Jussilene barbosa
















terça-feira, 12 de novembro de 2013

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Tecnologia como parte do coletivo

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, doutora em Educação e coordenadora do programa de Gestão Escolar e Tecnologias, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, afirma que as escolas não exploram todo o potencial que a tecnologia oferece. "É nesse contexto que surge a importância da formação não só para o professor mas também para os funcionários, para que a tecnologia não seja utilizada só em sala de aula, mas faça parte do coletivo."

Na prática, a especialista explica que é preciso que o educador atribua sentido aos equipamentos em seu trabalho. É só a partir do momento em que incorporamos as novas mídias que valorizamos seu uso (leia mais no quadro abaixo). "Temos hoje boas bases informatizadas que foram criadas pelas próprias Secretarias de Educação com o intuito de facilitar o acompanhamento de dados escolares, como desempenho de alunos, índices de aprovação e evasão. No entanto, de nada adianta o diretor alimentar essas bases se, quando alguém solicita alguma informação, ele acha mais fácil procurar num papelzinho."

Léa Fagundes, coordenadora do Laboratório de Experiências Cognitivas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é uma das pioneiras na pesquisa sobre a aplicação da tecnologia na Educação no Brasil. Há mais de 20 anos, ela desenvolve projetos na área, como o programa Um Computador por Aluno, que consiste no uso de um laptop educativo por estudante matriculado em escola pública, além de seus educadores. Segundo ela, o problema é que os computadores, a programação deles, os sistemas digitais e suas possibilidades são pensados pela escola e pelos educadores para melhorar o ensino e não para melhorar a aprendizagem, ou seja: para conservar, não para transformar a escola. "Primeiro, tivemos os CAIs (sigla em inglês para Instrução Apoiada no Computador), depois os softwares educacionais, a seguir os CD-ROMs, os tutores inteligentes e, a grande novidade, os objetos de aprendizagem. Mas essas novas tecnologias de informação e comunicação não trazem problemas para os cidadãos e para a sociedade? Não estão a requerer mudanças de atitudes, desenvolvimento de novas competências e a vivência de valores éticos e morais?", questiona Léa. "Os alunos e professores precisam se apropriar da tecnologia tanto no que se refere ao uso do computador e da internet como de outras ferramentas de comunicação e informação", enfatiza.
Apropriações da informática

O uso de diferentes linguagens de mídia na escola pode ser um caminho para promover mudanças de atitudes e de metodologias de trabalho. "O professor se especializar para melhorar sua didática é insuficiente hoje, pois, como já dizia Paulo Freire, se ele tem uma prática bancária, autoritária, provavelmente vai usar as novas mídias para reafirmá-la", diz Ismar de Oliveira Soares, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE-USP).

Por isso, é importante que a capacitação dos educadores e gestores para o uso da mídia se dê em conjunto com a comunidade escolar. Para Ismar, "não é com base na tecnologia que nasce o aprendizado, mas com uma gestão participativa do processo".

No ano passado, o MEC deu início a um curso de formação chamado Mídias na Educação - mais de 15 mil professores participam da primeira fase. O programa trabalha com as quatro linguagens - mídias impressa, digital, audiovisual e radiofônica. Há também um módulo de gestão. O NCE-USP é uma das instituições parceiras do ministério nesse curso. "O objetivo é fazer os educadores refletirem sobre como podem usar a tecnologia para ensinar melhor", explica Ismar.

O especialista dá dicas de como é possível fazer essa apropriação. Ele cita algumas escolas municipais de São Paulo que participaram do projeto Educom.radio, desenvolvido pelo NCE-USP entre 2000 e 2004, e fizeram uso do rádio como uma ferramenta de gestão. Para atrair os pais, em vez de enviar comunicados por escrito, dirigentes e professores motivaram os alunos a produzir programas de rádio com temas de interesse da comunidade e a divulgação de eventos e reuniões. "Com isso, além de os alunos se sentirem parte do processo, os pais passaram a comparecer aos encontros e a participar mais, pois se empolgavam ao ouvir o programa feito pelos filhos - que eram levados para casa em fita cassete. Após essa experiência, as escolas descobriram que muitos pais eram analfabetos e, por isso, não atendiam ao que era pedido nos bilhetes", lembra Ismar.

Para motivar a mudança de atitude dos educadores em relação ao uso da tecnologia, o MEC criou uma nova plataforma de interação: o Portal do Professor (saiba mais sobre o projeto no quadro ao lado). "Nós observamos que levar a chamada cultura da informática para as escolas não é suficiente. O maior trabalho é a instalação dessa cultura", avalia o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky.
 http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/importancia-tecnologia-405472.shtml
Lucimar coutinho 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Perspectivas para a educação em nosso tempo
Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção
crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas
a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor
permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos". Professor e
aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula
fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na
cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi:
distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e repetição.
 De que modo traduzir as quatro exigências da cibercultura em prática docente, em aprendizagem
significativa? Cada professor, com seus aprendizes, pode criar possibilidades, as mais interessantes
e diversas. É tempo de criar e partilhar on-line soluções locais. É tempo, até mesmo, de reinventar a
velha sala de aula presencial "infopobre" a partir da dinâmica hipertextual e interativa das interfaces
on-line.
A dinâmica e as potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a prevalência
da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe desdobramentos, arquiteta percursos, cria
ocasião de engendramentos, de agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada
participante faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os aprendizes.
Em lugar de guardião da aprendizagem transmitida, o professor propõe a construção do conhecimento
disponibilizando um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem quando elementos são acionados
pelos aprendizes. Ele garante a possibilidade de significações livres e plurais, e, sem perder de vista a
coerência com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações
vindas da parte dos aprendizes. Assim, ele educa na cibercultura. Assim, ele constrói cidadania em nosso
tempo. http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf